O otimista não sabe o que o espera. Millôr Fernandes.
Aquele alemão proclamador das “boas novas”, o mesmo que desqualificara as utopias sociais, difamador das heresias eclesiais, questionador das sociedades patriarcais, já dizia desesperado, desolado e atormentado:
- Clamei e salvei a minha alma (clamavi et salvavi animam meam). Karl Marx.
Os venerados tolos, raça de bobos da corte, regozijam-se perante a insana estupidez; esquecer-se-ão daquilo que envoltos estão: a barbárie.
Ó cigana dos meus desejos, aspiro pela tua doce presença; ó cigana como te espero, da corda que me sufoca tu que exploras com muito esmero; elevo meus olhares a ti.
Esta corda que me sufoca, mas de modo algum me faz postergar tais ilusões milenares que me cercam; e por ti espero cigana que da corda me libertará.
Sinto-me só, alguns dizem que a solidão é uma dádiva. Ora, mais um alemão teima em aparecer neste nosso diálogo; eis que surge Arthur Schopenhauer:
- A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.
Mas continuo a teimar e crer na sua vinda. Preciso livrar-me deste peso que me definha, deste fardo que agonia, desta angústia que a mim não trairia. Parece-me mesmo que quanto mais elevado é o espírito mais ele sofre.
Finalmente chega o dia, outro alemão já me dizia – seja quem tu és. Deleito-me em mais um conselho pessimista, desta vez é do F. Nietzsche que desta prosa jamais faltaria.
O dançar da cigana é a ratificação que sem a música a vida seria mesmo um erro; espero que me liberte dançando, num estado de pureza espiritual; e de mim possa fazer o que bem entender. Mas que do teu corpo ávido eu possa regozijar-me como uma pérola do céu.
Mas saiba cigana que contigo ou sem ti eu viverei, para não ser apenas mais um que, segundo Oscar Wilde, apenas existe.
Osnar Gomes.
Explorador de emoções e ao mesmo tempo metalinguista. Ótimo texto. Muito bom mesmo. Parabéns.
ResponderExcluirTexto fodão , lindo. Ta de parabéns Osnar #
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